quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Precisamos de quê, mesmo?!

Fonte da imagem: Google

Vi essa imagem percorrendo as redes sociais e, discussões acaloradas a respeito da mesma. Em um fórum de discussão, li o seguinte comentário: "Ninguém mandou não ter uma vida digna... parem de defender os bandidos e vão lutar por uma educação melhor...bandido bom é bandido morto!..."
Vê se eu posso com isso! Alguém leu, de fato, a mensagem da foto? Porque, o ser que teceu comentários deste tipo, deve ter apenas passado os olhos nas letrinhas amarelas; acredito que a melhor explicação seja, que o Brasil é realmente o país dos analfabetos funcionais. As pessoas conseguem ler a foto e não entender uma vírgula do que está escrito.
Existe alguma frase dizendo que são coitados? Em algum momento alguém justificou os crimes? Nem sequer estão citadas as acusações. Existem várias passagens comprovando que: a população carcerária cresce mais do que a população total; o sistema prisional está falido; e, que a prisão é seletiva. Onde está a parte do coitado? Não consegui encontrar.
Infelizmente, qualquer sistema de base é seletivo. O carcerário é um deles. O que é de melhor fica para quem tem, o que existe de pior fica para quem não tem. Mas, o grande problema, é que o brasileiro em geral, quer vingança e a confunde com justiça. O sistema penal deveria ser capaz de regenerar os condenados e não torná-los ainda piores!
Mas, não! Preferimos nos tornar 'bandidos' também, julgando as pessoas e jogando-as em depósitos. Lixões humanos, que não se comparam nem a um aterro sanitário, que é organizado e até o lixo tem suas funções. Somos o que pensamos. Somos idiotas, estúpidos e hipócritas. Pensamos que do jeito que está, tá tudo certo, tudo belezinha. E isso é tão trágico, chega a ser tragicômico. A matriz conservadora do ideário punitivista-prisional, conta com o aplauso efusivo de uma classe média acrítica que se manifesta publicamente através de slogans como o nefasto "bandido bom é bandido morto". São os que pensam assim que mais esperneiam como crianças mimadas contra "os políticos". Ignoram que, sem repertório para argumentar para além de slogans, têm o pensamento manipulado e canalizado por interesses hegemônicos cujo projeto, enfim, é o de deixar tudo exatamente do jeitinho que está.
Classe média esta, formada por bestas, que pensam estar acertando em suas escolhas. Votando nos que espancam e matam os pobres, nos que proíbem as expressões populares, nos que proíbem um ato de caridade, um simples ato de doar um prato de comida. 
Se eu for presa por defender meu povo, meus direitos, que assim seja. Prefiro ser bandida, do que ser mais uma alienada, que bate palmas pra uma voz que diz o que é certo e o que é errado. Prefiro lutar pelo meu ideal de mundo imperfeito, do que fechar os olhos para os descalabros que são os presídios. Prefiro pensar que os presos são os coitados, do que acabar cometendo o crime do esquecimento.
Somos bombardeados o dia inteiro com esse discurso de pânico que pede mais cadeia, penas e violência como forma de resolver os problemas da nossa sociedade. Os números dizem o contrário. É hora de criticarmos essa informação.Precisamos de uma política de drogas urgentemente, que a sociedade se humanize, e se enxergue no outro! 

 Mais amor, mais solidariedade e a consciência plena de que "somos todos um", tem que brotar de nossos corações urgentemente.

Um comentário:

Hélio disse...

..não sabem enxergar o que a alma há de contribuir para perdoar. Sociedade que pune sem enxergar.